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O Lucro Real é um dos regimes tributários mais importantes e conhecidos no Brasil. Ele permite que empresas calculem seus tributos com base no lucro líquido efetivamente obtido ao longo de um período específico. Embora seja obrigatório para algumas empresas, muitas optam por esse regime devido às suas vantagens fiscais, especialmente para negócios com margens de lucro mais baixas ou custos elevados. No entanto, o Lucro Real também apresenta desafios, como a complexidade contábil e a necessidade de um controle financeiro rigoroso.

O Que é o Lucro Real?

O Lucro Real é um regime tributário em que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são calculados com base no lucro líquido real apurado pela empresa. Ao contrário do Lucro Presumido, em que os impostos são cobrados sobre uma margem de lucro presumida pelo governo, o Lucro Real considera o resultado contábil verdadeiro do negócio, permitindo que as empresas paguem tributos apenas sobre o lucro efetivo, após ajustes contábeis e fiscais.

Quem deve optar pelo Lucro Real?

O regime Lucro Real é obrigatório para:

  • Empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões.
  • Instituições financeiras como bancos, corretoras, seguradoras e empresas de crédito.
  • Negócios que recebem incentivos fiscais ou isenção de tributos.
  • Empresas que atuam no setor de factoring (fomento mercantil).

Para empresas que não são obrigadas a adotar o Lucro Real, ele pode ser vantajoso, especialmente para aquelas com margens de lucro reduzidas ou que possuem grandes despesas operacionais.

As principais obrigações tributárias no Lucro Real são:

  • Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ):
    • Alíquota de 15% sobre o lucro tributável.
    • Adicional de 10% sobre a parcela do lucro que ultrapassar R$ 20.000,00/mês.
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL):
    • 9% para empresas em geral.
    • 20% para instituições financeiras e seguradoras.
  • PIS e COFINS (no regime não-cumulativo):
    • PIS: 1,65% sobre o faturamento bruto.
    • COFINS: 7,6% sobre o faturamento bruto.
    • Possibilidade de abatimento de créditos fiscais relacionados a insumos e despesas operacionais.

Além disso, a empresa no Lucro Real também deve pagar tributos como ICMS, ISS, IPI, entre outros, dependendo do setor de atuação.

Apesar das exigências, o Lucro Real oferece várias vantagens, principalmente para empresas com baixos lucros ou grandes despesas operacionais:

  • Redução da carga tributária para empresas com baixo lucro: O regime é vantajoso para empresas com margens reduzidas, já que os impostos incidem sobre o lucro real, não sobre uma margem de lucro presumida.
  • Dedução de despesas operacionais: Empresas podem deduzir uma série de despesas, como folha de pagamento, aluguel, insumos, despesas financeiras e depreciação de ativos, reduzindo a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
  • Compensação de prejuízos fiscais: Empresas que enfrentam prejuízos podem compensar até 30% do lucro tributável nos anos seguintes, diminuindo a carga tributária futura.
  • Recuperação de créditos de PIS e COFINS: O regime não-cumulativo de PIS e COFINS permite que as empresas aproveitem créditos fiscais sobre compras de insumos e despesas operacionais, gerando economia tributária.
  • Maior transparência e controle financeiro: A obrigatoriedade de uma escrituração contábil detalhada garante maior controle financeiro e facilita auditorias, além de melhorar a credibilidade da empresa diante de investidores e instituições financeiras.

Embora traga diversos benefícios, o Lucro Real também apresenta desafios que podem desanimar algumas empresas:

  • Maior complexidade contábil e administrativa: O regime exige um controle rigoroso das finanças, com a necessidade de uma escrituração contábil detalhada e o cumprimento de várias obrigações acessórias, como SPED Contábil, ECF, e DCTF.
  • Risco de pagamento maior para empresas altamente lucrativas: Para empresas com grandes margens de lucro, o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso, já que os impostos podem ser mais baixos do que no Lucro Real.
  • Necessidade de acompanhamento contínuo: Como os tributos dependem do lucro real, flutuações nos resultados financeiros podem afetar diretamente a carga tributária, tornando a gestão fiscal mais imprevisível.

Quando o Lucro Real é a melhor opção?

O Lucro Real é ideal para empresas que:

  • Possuem margens de lucro reduzidas e desejam pagar impostos sobre o lucro real.
  • Têm altas despesas operacionais que podem ser deduzidas.
  • Precisam aproveitar créditos fiscais de PIS e COFINS.
  • Enfrentam períodos de prejuízos e desejam compensá-los nos anos seguintes.
  • Valorizam a transparência e o controle rigoroso das finanças.

No entanto, para empresas com margens de lucro altas e poucos custos dedutíveis, o Lucro Presumido pode ser uma opção mais vantajosa, já que pode resultar em uma carga tributária mais baixa.

O Lucro Real é um regime tributário vantajoso para empresas que buscam otimizar sua carga tributária e têm um controle rigoroso das suas finanças. Apesar da complexidade, ele oferece benefícios fiscais significativos, especialmente para empresas com margens de lucro reduzidas ou que possuem grandes despesas operacionais.

Antes de optar pelo Lucro Real, é fundamental realizar uma análise detalhada da estrutura financeira da empresa e, se necessário, fazer simulações para verificar se essa escolha será vantajosa a longo prazo.

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