A proposta de reforma tributária em discussão no Brasil levanta preocupações significativas entre os pequenos empresários, que temem um aumento da carga tributária e dificuldades na transição para o novo sistema. Especialistas alertam que, se as alíquotas não forem adequadamente ajustadas para refletir a realidade das pequenas empresas, pode ocorrer um aumento considerável nos custos operacionais.
Atualmente, muitas micro e pequenas empresas optam pelo Simples Nacional, um regime simplificado que visa facilitar a arrecadação de tributos. No entanto, com as mudanças propostas, há receios de que essas empresas percam competitividade no mercado. A estrutura tributária atual é vista como uma proteção para esses negócios menores; portanto, qualquer alteração deve ser cuidadosamente avaliada para evitar impactos negativos.

Um dos principais pontos de preocupação é a possibilidade de elevação das alíquotas de impostos sobre serviços e produtos. Por exemplo, atualmente muitos prestadores de serviços pagam cerca de 12% em impostos sob o regime do Simples Nacional. Com a nova reforma, essa taxa pode subir significativamente — chegando até 28% — o que representaria um impacto direto na margem de lucro dessas empresas.
Além disso, a falta de clareza sobre como será feita a transição entre os sistemas tributários gera incertezas adicionais. Os empresários estão preocupados com a possibilidade de enfrentarem dificuldades financeiras, especialmente em um cenário econômico já desafiador. A adaptação às novas regras poderá exigir investimentos em consultoria contábil e jurídica para garantir conformidade fiscal e otimização dos processos.
Outro aspecto relevante é o efeito cascata que essas mudanças podem provocar na economia local. O aumento dos custos operacionais pode levar as pequenas empresas a repassarem esses valores aos consumidores finais, resultando em elevação dos preços e potencial redução da demanda por seus produtos e serviços. Isso poderia agravar ainda mais a situação econômica dessas empresas já vulneráveis.